O mercado do crédito à habitação em Portugal continua a registar um crescimento sólido. Em maio de 2025, o volume de empréstimos para compra de casa aumentou 6,8% face ao mesmo mês do ano anterior, a maior subida anual desde agosto de 2008. O stock total de crédito à habitação atingiu 106,1 mil milhões de euros, mais 960 milhões em relação a abril, segundo dados do Banco de Portugal.

Este crescimento é impulsionado por várias condições favoráveis, incluindo a descida das taxas de juro e incentivos estatais direcionados, como a isenção de IMT para jovens até 35 anos e garantias públicas para facilitar o acesso ao crédito. A procura crescente por habitação própria, num mercado imobiliário ativo, também contribui para o aumento dos empréstimos.

Para além do crédito à habitação, o crédito total concedido às famílias também registou um aumento expressivo de 6,9% em maio de 2025. Este valor inclui o crédito ao consumo e outros fins, com destaque para o crescimento de 7,3% no crédito pessoal e 10,1% no crédito automóvel, refletindo uma maior confiança e capacidade de endividamento das famílias portuguesas.

A taxa de juro média do crédito à habitação tem vindo a diminuir, situando-se em cerca de 3,98% em janeiro de 2025. Esta redução torna as prestações mensais mais acessíveis, facilitando o acesso ao financiamento. O valor médio do capital em dívida ronda os 69 mil euros, com prestações mensais médias em torno dos 400 euros.

O aumento do crédito à habitação tem um impacto direto no mercado imobiliário e na economia nacional, refletindo a confiança dos consumidores e dinamizando os setores da construção e imobiliário. Embora o crescimento do crédito permita a aquisição de habitação própria, é importante monitorizar os riscos associados ao endividamento familiar.

O crédito à habitação em Portugal está a atravessar um período de expansão significativa, com taxas de crescimento que não se viam desde 2008. Este fenómeno é sustentado por condições financeiras favoráveis, apoios públicos e uma procura crescente, posicionando o setor como um dos principais motores da economia e do mercado imobiliário nacional em 2025.